Houve uma �poca em que a For�a A�rea possu�a um complexo industrial instalado muito melhor do que a ind�stria brasileira. Essa conjuntura foi decorrente do intenso investimento feito pelo Minist�rio da Aeron�utica, na d�cada de quarenta, quando, com a colabora��o da Base A�rea norte-americana de Wright Patterson, foi especificado um projeto industrial dimensionado para apoiar a manuten��o anual de at� oitocentos avi�es da categoria do bombardeiro m�dio B-25 MITCHELL.
O local escolhido para acolher toda essa estrutura foi o Campo de Marte onde se encontrava o Parque Aeron�utico de S�o Paulo (hoje Parque de Material Aeron�utico de S�o Paulo - PAMASP), organiza��o do Sistema de Material da Aeron�utica que tem por miss�o prover a manuten��o mais aprofundada das aeronaves da For�a A�rea. Ap�s a conclus�o do projeto, o PAMASP tornou-se, na �poca, o maior complexo industrial da Am�rica Latina.
Como o potencial industrial instalado no PAMASP excedia �s necessidades do Minist�rio da Aeron�utica, um grupo de militares e servidores civis empreendedores vislumbraram a possibilidade de prestar servi�os � ind�stria brasileira.
Prensa "Lake Eire" de 400 toneladas, duplo efeito Parque de Aeron�utica de S�o Paulo |
Em conseq��ncia, foi criada a Se��o Comercial do PAMASP, respaldada no Decreto 30.668 de 25 de mar�o de 1953, com as seguintes finalidades b�sicas:
Utilizar m�quinas especiais pouco solicitadas para os servi�os normais do estabelecimento;
Possibilitar o aprendizado e o treinamento do pessoal na utiliza��o dessas m�quinas, melhorando o n�vel t�cnico dos oper�rios e t�cnicos;
Possibilitar melhor conserva��o e manuten��o do maquin�rio;
Admitir t�cnicos e oper�rios especializados para os servi�os de Aeron�utica;
Incentivar a produ��o e promover facilidades que contribu�am para o bom andamento do servi�o do estabelecimento;
Aproveitar a m�o-de-obra dispon�vel;
Equipar as m�quinas; e
Cooperar com a ind�stria nacional, utilizando-se dos equipamentos e dos recursos humanos existentes.
Oficina de Avi�es. Linha de revis�o de aeronaves F-8 "Gloster Meteor" |
Com o in�cio da expans�o industrial brasileira nos idos dos anos sessenta, a atividade da Se��o Comercial do PAMASP prosperou significativamente, registrando, naquela �poca, in�meros trabalhos executados para terceiros, destacando-se as seguintes empresas:
A�OS VILLARES;
ARNO S. A.;
BENDIX HOME APPLIANCE DO BRASIL;
BOM BRIL;
BRASINCA S. A. - IND. NACIONAL DE CARROCERIAS;
CARTEPILLAR BRASIL S. A.;
CLARK - MAC S. & A.
COMPANHIA ELETROLUX S. A.;
D.F. VASCONCELLOS S. A.;
F�BRICA NACIONAL DE MOTORES;
F�BRICA NACIONAL DE VAG�ES S/A.;
METAL LEVE S & A;
PANAUTO S. A. (VESPA);
REAL S. A. TRANSPORTES A�REOS;
SCANIA VABIS;
VASP;
WALITA S. A.;
E muitas outras empresas de renome que foram embri�o do atual complexo industrial Nacional
Prensa de moldagem por estiramento, fabricando paralamas de caminh�es Scania. |
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Calotas para Simca e Volkswagen |
Todas essas atividades estavam respaldadas no bem treinado efetivo de servidores civis e militares, verdadeiros art�fices.
Nessa faina, foi iniciada tamb�m a fabrica��o de pe�as para uso aeron�utico, a fim de se obter presteza no atendimento da necessidade de ressuprimento de material importado, economia de recursos e independ�ncia tecnol�gica.
Na d�cada de setenta, a dificuldade de obten��o de material aeron�utico norte-americano aumentou devido � conjuntura. Em conseq��ncia, a "nacionaliza��o" de material aeron�utico, que, at� ent�o, era um aproveitamento da capacidade industrial instalada, passou a ser uma necessidade essencial para apoio � For�a A�rea Brasileira, pois a maior parte das nossas aeronaves eram de proced�ncia norte-americana.
Rodas da aeronave T-37, nacionalizadas pelo Parque de Aeron�utica de S�o Paulo |
Devido a sua import�ncia, a nacionaliza��o de material aeron�utico cresceu rapidamente. A nova dimens�o da atividade no seio do PAMASP come�ou a "distrair" a organiza��o incubadora da sua miss�o original.
Sentiu-se portanto, a necessidade de que a atividade de nacionaliza��o tivesse sua pr�pria identidade. Em conseq��ncia, o setor do PAMASP que fabricava pe�as para o emprego aeron�utico foi "terceirizado" em julho de 1977, passando a ocupar as atuais instala��es, com o nome de "Comiss�o de Nacionaliza��o de Material".
Na vis�o dos pioneiros, a nacionaliza��o e a aquisi��o navegam na mesma esteira, por isso, no dia 10 de maio de 1982, foi criada a Comiss�o Aeron�utica Brasileira em S�o Paulo, concentrando na mesma Organiza��o as atividades de nacionaliza��o e de aquisi��o de material aeron�utico, status mantido at� a presente data.
� importante salientar que "NACIONALIZA��O" n�o � a simples substitui��o de um produto estrangeiro por um similar encontrado no mercado nacional. NACIONALIZA��O � um processo din�mico que visa ao ressuprimento de material, envolvendo as seguintes fases:
Estudo preliminar da necessidade, da viabilidade t�cnica, econ�mica e legal da fabrica��o, no Brasil, de um produto similar ao importado;
Pesquisa da forma e da composi��o do modelo original e elabora��o de um projeto;
Identifica��o e sele��o de uma Organiza��o da Aeron�utica ou empresa qualificada a executar o projeto;
Fabrica��o do item de acordo com os requisitos estabelecidos;
Inspe��o da qualidade do item fabricado, executada por uma equipe treinada e qualificada nas atividades de Controle de Qualidade;
Aprova��o e implanta��o do item no Sistema de Suprimento da Aeron�utica; e
Acompanhamento do comportamento do item durante o seu ciclo de vida.
Dependendo do envolvimento do item na seguran�a de v�o, nesse processo s�o feitos ensaios para a convalida��o ou homologa��o do produto nacionalizado.
Todo o processo de NACIONALIZA��O encontra-se detalhado no MANUAL DE NACIONALIZA��O (MMA 67-3) da Diretoria de Material da Aeron�utica.
Hoje, ap�s a Aeron�utica por d�cadas com o desenvolvimento da ind�stria nacional, evidencia-se, em muitos casos, uma invers�o nessa coopera��o, notadamente quando a CABSP busca o apoio da ind�stria para a fabrica��o de componentes que atendam �s rigorosas normas aeron�uticas.